quinta-feira, 28 de julho de 2016

Resenha do Livro por Luiz Carlos Abritta

Prezadíssima Eliana. Faço, abaixo, um pequeno comentário sobre o seu precioso livro “O Ambientalista”.
Hemingway disse, certa vez, que Isak Dinesen (Baronesa Karen Christence Blixen-Finecke) escrevia como Cézanne pintava: de dentro, sem truques, como se atendendesse a um imperativo interior. É assim que Eliana Ruiz Jimenez escreve, de forma direta, em linguagem agradável e jornalística. O próprio esquema que ela armou para compor o seu livro “O Ambientalista” é notável sob todos os aspectos, pois parte de reportagens fictícias de jornais para costurar a sua história.
Aborda um tema que é muito grato a todos nós, embora só falemos dele superficialmente e, na prática, não exercemos os princípios de cidadania a ele atinentes, que são mandados para as calendas gregas.
A trama que Eliana forja transformou-se em um painel grandioso, que são destacados pelo Ambientalista, partindo da palavra-chave “fragilidade”, seguindo pela missão, pela transformação, pelo respeito, pelo descaso, pela extinção, pelo amor, pelo triângulo, pelo aquecimento, pelo aniversário, pela poluição, pela falta de mensagem, pela curiosidade, pelo luto, pela evolução, pelo veneno, pelo legado, pela viagem, pela fragilidade, para culminar na mensagem misteriosa que dizia “eu volto”, assinada por Bia.
Interessante notar-se que a palavra fragilidade aparece duas vezes: no prólogo e no Capítulo Dezoito, talvez para nos relembrar da nossa condição humana de pó, tão ressaltada pelo Padre Vieira em um sermão. Ele nos diz que já somos pó e ao pó voltaremos e pergunta a si mesmo, perplexo: que diferença existe, então, entre vivos e mortos? Com a sabedoria que lhe era peculiar, ele responde à indagação, dizendo que os vivos são pó andando e os mortos pó caído.
A “aventura mística” de Eliana Ruiz Jimenez pode ser lida e interpretada de várias maneiras, mas o certo é que ela chama a atenção para um tema que interessa a todos, ou seja, a educação ambiental, necessária para a humanidade. O Papa Francisco, recentemente, ressaltou que transformamos a nossa casa comum, a Terra, em um depósito de lixo.
O livro “O Ambientalista” vai fazer sucesso e será adaptado, por certo, para a televisão, o cinema e vários outros meios de comunicação.


Nota: Luiz Carlos Abritta é procurador de Justiça aposentado. Foi presidente da Associação Mineira do Ministério Público, juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. É membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Tem dez livros publicados, entre eles, “Críticas criticáveis”, “Entre Montanhas e Trovas”, “Tata, Tati e Tininha”, “Um Homem Plural – A vida de Oswaldo Abritta” e “Aurora Plena”. Recebeu as medalhas da Inconfidência, Santos Dumont, do Ministério Público de Minas Gerais, da Justiça Federal, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e da Societé Académique des Arts, Sciences et Lettres - Paris – França.

Nenhum comentário:

Postar um comentário